Investir em uma agricultura sustentável, além de ser uma necessidade para mitigar os efeitos da mudança climática, pode trazer benefícios econômicos para o Brasil. Há oportunidades de negócios em diversos segmentos da produção agrícola sustentável e eles podem gerar investimentos de US$ 70 bilhões por ano, pelo menos até 2030.
As estimativas são de um relatório, lançado pela Blended Finance Taskforce, com o apoio da SYSTEMIQ e da Partnerships for Forests, iniciativa financiada pelo governo britânico.
“O país já está na vanguarda da inovação, trabalhando para dimensionar modelos de negócios regenerativos e desenvolvendo produtos e soluções financeiras vinculadas à sustentabilidade. Com base nas recomendações do relatório, o país pode acelerar essa inovação, tornando-se o modelo global de como financiar a transição para uma economia positiva para a natureza”, afirma Katherine Stodulka, diretora The Blended Finance Taskforce.
O documento traz exemplos e aponta pelo menos oito modelos de negócios verdes. Só no extrativismo sustentável há potencial de investimentos de US$ 20 bilhões por ano até 2030. Os sistemas agroflorestais também são apontados como boas alternativas para ampliação de renda, aproveitando toda a diversidade brasileira. “Temos que entender isso e atacar todas as frentes”, diz João Pacífico, CEO do Grupo Gaia.
A produção de alimentos precisa se adaptar a essas novas exigências. Isso traz vários desafios, como clima e logística. Segundo estimativas apresentadas no relatório, serão necessários US$ 21 bilhões de investimentos, até 2030, em práticas agrícolas regenerativas e outras iniciativas que conciliem a produção e a preservação, o que exige também ferramentas mais facilitadas para tomada de crédito e financiamentos alinhadas a esta agenda verde.
“Precisamos minimizar e redirecionar o financiamento de práticas agrícolas prejudiciais ao meio ambiente, escalonando e acelerando em formatos que são positivos para a natureza. Os investidores e outros representantes do setor financeiro precisam reavaliar os retornos de curto prazo e trabalhar com fornecedores de capital catalítico para reduzir o risco e a incerteza em torno de novos modelos de negócios regenerativos”, afirmou Rodrigo Quintana, gerente da SYSTEMIQ Brasil e América Latina.
As informações são de Um Só Planeta.