Para o ex-ministro da Fazenda e signatário da Convergência pelo Brasil, Paulo Haddad, a Amazônia é um patrimônio inestimável e por conta disso precisa de uma defesa radical. Em artigo publicado no jornal O Globo, o ex-ministro discorre sobre a nova metodologia de contas nacionais da Organização das Nações Unidas (ONU) que considera como riqueza nacional os ativos ambientais como rios, florestas, reservas minerais e ar puro, assim como os serviços ambientais que devem ser incorporados na formação do Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo a metodologia da ONU, a Amazônia é atualmente a região brasileira mais rica, embora seu PIB per capita ainda seja 40% inferior ao indicador médio brasileiro. “Isso mostra que os desmatamentos e as queimadas, assim como os garimpos ilegais, são formas de destruição da riqueza nacional equivalentes, em valor econômico, ao incêndio nas fábricas de um imenso distrito industrial e de redução do valor econômico do PIB potencial da sociedade”, afirma o ex-ministro.
Conforme o economista, os danos ambientais à Amazônia, provocados pela omissão ou incentivo, aceleraram o uso predatório dos recursos naturais com tanta intensidade que é preciso adotar medidas radicais de conservação, preservação e reabilitação.
“Proibição de novos projetos de investimento para a expansão da produção de grãos e carnes, durante os próximos dez anos, por empresas que não respeitem a legislação ambiental, o que implica o fortalecimento das instituições que fiscalizam sua aplicação; as áreas desmatadas terão de ser preservadas para um período decenal de processos regenerativos”, afirma em trecho do artigo.
O ex-ministro defende ainda:
- Controle rigoroso pelo Banco Central de qualquer financiamento, público ou privado, a projetos de investimentos proibidos por legislação ambiental;
- Reavaliação dos critérios de financiamentos e incentivos fiscais responsáveis pelo passivo ambiental na Amazônia Legal, incorporando critérios do Banco Mundial e OCDE;
- Fortalecimento e ampliação da Zona Franca de;
- Promoção de projetos de bioeconomia, recuperação de áreas degradadas, regeneração de rios, áreas prístinas desmatadas e preservação da biodiversidade;
“Se o novo ou nova presidente da República desejar promover o resgate da imagem internacional do Brasil, com suas repercussões adversas sobre nossas exportações dos setores produtivos intensivos de recursos naturais, e quiser respeitar nosso patrimônio natural para as atuais e futuras gerações, será fundamental que implemente uma política ambiental efetiva e eficaz para preservar, conservar e reabilitar nossos ecossistemas, principalmente da Amazônia. Se não houver essa política, o valor de legado que deixaremos para gerações futuras será um país ecologicamente degradado, socialmente desigual e economicamente deprimido”, conclui.
Para ler o artigo na íntegra, acesse aqui.
Foto: Depositphotos.