ARTIGO: Como ganhar dinheiro com a Amazônia?

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Como ganhar dinheiro com a Amazônia? A pergunta provocativa que titula este texto pode ser respondida de muitas formas. Mas, neste artigo será respondida de maneira igualmente provocadora. Para ganhar dinheiro com a Amazônia é preciso entender que ela não é só “coisa de ambientalista”.  

 

Explico. Toda vez que se fala da importância da maior floresta tropical do mundo no combate as mudanças climáticas, na regulação do ciclo de chuvas da América do Sul ou da responsabilidade de guardar a maior biodiversidade do planeta, vozes descontentes dizem que isso tudo “é coisa de ambientalistas” que não querem ver o desenvolvimento da região. Este tipo de visão que faz parte do censo comum atrela o desenvolvimento a uma política rudimentar baseada na exploração de recursos naturais de uma forma insustentável. De fato, o correto seria chamar de saqueamento de recursos naturais.

 

Este pensamento foi formulado durante os governos militares que incentivaram uma ocupação desordenada na Amazônia como forma de enfrentar o “inferno verde”. Mais de 50 anos após o início dessas políticas, a região conta com uma economia baseada no roubo de terras públicas, na extração ilegal de madeira, na pecuária de baixíssima produtividade e no garimpo ilegal. Ou seja, práticas insustentáveis, que não geram renda, emprego ou riqueza para a nação e as comunidades locais.

 

Para ganhar dinheiro com a Amazônia é necessário romper com esta visão e entender que a floresta em pé é o maior patrimônio financeiro do país. A região ainda guarda uma série de oportunidades financeiras dentro da floresta e fora dela, em regiões já desmatadas, mas subutilizadas, como revela o estudo “O Paradoxo Amazônico”, do projeto Amazônia 2030. 

 

Mercado de carbono

A redução do desmatamento é uma dessas oportunidades do país lucrar. O promissor mercado de carbono já vem dando mostras de que pode ser muito vantajoso. Um exemplo é a Coalizão LEAF, que oferece pagamento pela redução das emissões por desmatamento e degradação florestal (REDD+) em nível nacional e subnacional. De acordo com a Coalizão, acabar com o desmatamento na Amazônia brasileira até 2030 poderia gerar, ao menos, 18,2 bilhões de dólares (por meio dos mercados de carbono, a um preço mínimo de 10 dólares por tonelada de CO2). Se os preços subirem para 15 dólares por tonelada de CO2, a captação pode chegar a 26 bilhões de dólares.

 

Clicando aqui, você pode continuar lendo o texto, que cita ainda temas como restauração florestal, produtos da floresta e agropecuária.

 

Este artigo foi escrito por Gustavo Nascimento e publicado, originalmente, na coluna Via Sustentável, no O Acionista. 

 

Foto: depositphotos

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