Quase todas as metas estabelecidas pela indústria da aviação não foram para frente, segundo novo relatório encomendado pela instituição de caridade climática Possible. O estudo observou 50 metas que a própria indústria estabeleceu para si e, constatou que apenas uma foi levada à sério.
Segundo a Possible, essa conclusão é um alerta de que o plano do governo britânico de deixar a questão das emissões das companhias aéreas ser auto regulada por elas mesmas, não vai funcionar.
“Esta investigação forense mostra o quão implausível e crédula é a estratégia do governo. Como podemos esperar que essa indústria entregue demais na redução de emissões quando nunca atingiu nenhuma de suas metas climáticas anteriores?”, questinou Leo Murray, diretor de inovação do Possible.
Para ele, é necessário envolver o passageiro na questão, desencorajando voos frequentes. A estimativa da Possible é a de que 15% das pessoas peguem 70% de todos os voos. Dados do Grupo de Ação de Transporte Aéreo mostram que as viagens aéreas foram responsáveis por 2,1% das emissões de dióxido de carbono produzidas pelo homem em 2019, cerca de 915 milhões de toneladas.
O relatório, escrito por pesquisadores da agência de sustentabilidade Green Gumption, aponta definições pouco claras, monitoramento opaco e relatórios inconsistentes como empecilhos para uma boa avaliação dos compromissos do setor. Além disso, ressaltaram que as metas da maioria das empresas eram pouco ambiciosas e, mesmo que tivessem sido cumpridas, seriam insuficientes.
Segundo o relatório, as metas “parecem funcionar principalmente como uma tática para dar uma impressão de progresso e ação para enfrentar os impactos ambientais da aviação para o público e os formuladores de políticas, a fim de evitar quaisquer barreiras políticas ao crescimento contínuo do setor”.
As informações são do The Guardian.
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