Segundo o Banco da Inglaterra (BoE), as instituições financeiras que não colocarem o risco climático como questão de “primeira ordem” podem enfrentar perdas de 10% a 15% nos lucros anuais, além de maiores exigências de capital.
O BoE fez uma simulação dos investimentos necessários para que os bancos britânicos façam a transição para uma economia zero carbono até 2050 e concluiu que uma ação imediata reduziria os custos no futuro. “A primeira lição chave deste exercício é que, com o tempo, os riscos climáticos se tornarão um obstáculo persistente à rentabilidade dos bancos e das seguradoras – especialmente se eles não os gerenciarem efetivamente”, afirmou, em discurso, o vice-governador do BoE, Sam Woods.
Bancos centrais de todo o mundo estão preocupados com a questão e têm sido pressionados para cortar o financiamento de projetos que não sejam sustentáveis. O Banco da França já havia realizado um teste de estresse climático e o Banco Central Europeu deve fazer uma simulação ainda esse ano. O Federal Reserve dos EUA ainda não começou esse exercício.
Na simulação do BoE, num cenário onde não são tomadas medidas adicionais para reduzir o aumento das temperaturas globais, bancos e seguradoras testadas podem enfrentar perdas totais de 334 bilhões de libras ao longo de três décadas.
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