Mesmo após a COP 26, a energia gerada pelo carvão está a caminho de atingir um novo recorde global. Só em 2021, já aumentou 9% para alimentar a recuperação econômica com a flexibilização dos bloqueios impostos pela Covid-19, segundo dados da Agência Internacional de Energia (AIE). A estimativa é que o reaquecimento econômico possa levar a demanda mundial de carvão a um recorde histórico em 2022.
Em 2020, a demanda por esse combustível fóssil havia caído cerca de 4%, o que tem a ver com a desaceleração econômica global causada pela pandemia. No entanto, segundo a AIE, a demanda por eletricidade da retomada econômica de 2021 superou o crescimento das fontes de baixo carbono, o que acabou levando muitas economias ricas a ficarem ainda mais dependentes de usinas de carvão.
Outro ponto que influenciou neste novo crescimento dos combustíveis fósseis, segundo o relatório da AIE, é a crise global de fornecimento de gás, que aumentou os preços da fonte em todo o mundo.
Para a AIE, sem uma intervenção política, não mudaremos esse cenário, que tende a se agravar em 2022. “O carvão é a maior fonte única de emissões globais de carbono, e o nível historicamente alto de geração de energia de carvão deste ano é um sinal preocupante de quão longe o mundo está em seus esforços para colocar as emissões em declínio em direção ao zero líquido. Sem ações fortes e imediatas dos governos para combater as emissões de carvão – de forma justa, acessível e segura para os afetados –, teremos pouca chance, se houver, de limitar o aquecimento global a 1,5C”, afirmou Fatih Birol, diretor executivo da AIE.
As informações são do The Guardian.
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