Economia da floresta pode gerar renda de R$ 170 bilhões até 2040 no Pará

Com investimentos e políticas públicas, PIB do setor pode aumentar em 30 vezes em 20 anos, mostra estudo da The Nature Conservancy.

O estado do Pará tem um enorme potencial para se tornar referência mundial na economia da floresta (sociobioeconomia), valorizando a floresta amazônica e contribuindo para a preservação do bioma. Segundo um novo estudo, divulgado nesta terça-feira (19/10) durante o Fórum Mundial de Bioeconomia, a renda total gerada com as cadeias produtivas do açaí, cacau-amêndoa, castanha, copaíba, cumaru, andiroba, mel, buriti, cupuaçu e palmito, pode chegar a R$ 170 bilhões em 2040, um aumento de mais de 30 vezes em relação ao seu montante atual. Para isso acontecer, é preciso investimentos e políticas públicas adequadas.

 

Foram considerados 30 produtos da sociobiodiversidade paraense, com informações e análises sobre a agregação de valor ao longo de toda a cadeia produtiva. Dados do trabalho mostram que, em 2019, o PIB gerado pelas cadeias desses produtos foi de R$ 5,4 bilhões, valor quase três vezes maior do que o registrado pelas estatísticas oficiais do IBGE, que indicam um valor bruto de produção de R$ 1,9 bilhão no mesmo ano, pois consideram apenas o primeiro elo da cadeia produtiva. A estimativa é que esse setor tenha gerado cerca de 200 mil empregos.

 

O trabalho mostrou que os produtos com mais destaque são açaí, cacau-amêndoa, castanha-do-pará, palmito, borracha, tucumã, cupuaçu-amêndoa, cumaru, murumuru e óleo de castanha-do-pará, responsáveis por mais de 96% da renda gerada, o equivalente a R$ 5,2 bilhões. 

 

O estudo “Bioeconomia da sociobiodiversidade no estado do Pará”, foi realizado pela The Nature Conservancy (TNC), em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Natura, com coordenação do professor Francisco de Assis Costa, do Núcleo de Altos Estudos da Amazônia (NAEA/UFPA).

 

“Há um grande potencial de desenvolvimento dessas cadeias no estado, ajudando a dar escala à comercialização destes produtos, que podem ser cultivados sob a premissa do desenvolvimento sustentável”, destacou o diretor-executivo da TNC Brasil, Ian Thompson, durante o lançamento do estudo. “Existe uma grande janela de oportunidade para agregar os Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) na distribuição de renda e no desenvolvimento que esperamos para a região. Vemos que esse caminho mais sustentável é possível, mas exige contribuição para gerar retorno financeiro a todos os agentes da cadeia”, completou Rodrigo Spuri, Diretor de Conservação da TNC Brasil.

As informações são do Um Só Planeta.

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