Em artigo publicado no Financial Times e republicado no Valor Econômico, Ruchir Sharma, estrategista-chefe mundial do Morgan Stanley Investment Management, apontou para uma aparente contradição na luta mundial contra a mudança climática: quanto maiores os investimentos nas novas fontes de energia e novas tecnologias, mais caros se tornam os insumos para produzi-las. E isso atrasa a transição para a nova economia.
É o que está sendo chamado de “inflação verde”.
O que acontece é o seguinte: a demanda por metais e minerais sobe impusionada pelo aumento da instalação de usinas eólicas ou solares, por exemplo. Mas restrições governamentais que impedem investimentos em novas jazidas, minas ou fundições, reduzem o estoque desses metais. Como a demanda supera a oferta, o efeito é a alta de preços.
No artigo, Sharma diz que, de 400 clientes institucionais de uma empresa, só um estava disposto a investir em petróleo e gás. No Alasca, ambientalistas barraram uma nova mina de cobre para evitar o impacto nas comunidades locais e sobrevivência do salmão. A mesma dificuldade ocorre em países como Peru e Chile, grandes produtores de cobre. A China está restringindo a produção de alumínio. O resultado? Desde o começo do ano passado, o preço do cobre dobrou e o do alumínio subiu 75%.
O estrategista-chefe mundial do Morgan Stanley Investment conclui: “Resolver esse quebra-cabeça – como fornecer material velho e sujo em quantidade suficiente para construir uma nova economia verde – exigirá equilíbrio. Impedir novas minas e plataformas de petróleo nem sempre será uma ação responsável ambiental e socialmente. Os governos, e os verdes, precisam reconhecer que tentar fechar a velha economia rápido demais ameaça empurrar o preço da construção de uma economia mais limpa para fora de alcance”.
O texto completo pode ser lido aqui.