O mercado global de petróleo tem sofrido fortes impactos significativos desde que a Ucrânia foi invadida pela Rússia. Com sanções e intervenções de diversos atores, o mercado europeu foi obrigado a questionar sua dependência do petróleo russo e, algumas análises sugerem, inclusive, que a União Europeia (UE) pode deixar definitivamente de comprar o combustível desse fornecedor.
Enquanto isso, mercados como a China e a Índia, passaram a ser os principais compradores do petróleo russo, que chega de navio e é vendido com desconto. Assim, mesmo com problemas no mercado europeu, as exportações russas já voltaram aos níveis pré-invasão em abril, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia.
“A menos que o Ocidente coloque pressão diplomática sobre os compradores asiáticos, não vemos a lacuna de oferta aumentando e os preços do petróleo disparando”, analisou Norbert Rücker, da Julius Baer.
Como os navios russos continuam proibidos de fazer escala nos portos europeus, algumas operações para a Ásia precisam ser feitas em processos complexos, onde um navio transfere o combustível para outro no meio do mar. Além de cara, esse tipo de operação oferece maior risco de derramamento. Apesar disso, o fluxo de petróleo russo para a Ásia pelo mar aumentou pelo menos 50% desde o início do ano.
Enquanto isso, para compensar a falta do petróleo russo, as refinarias europeias estão importando o combustível da África Ocidental e, segundo a Petro-Logistic, as transações aumentaram 17% em abril em comparação com a média de 2018-2021. Países como Nigéria, Angola e Camarões têm se destacado no volume de carregamentos. Por conta dessa demanda, o preço do petróleo nigeriano, por exemplo, está atingindo recordes. Os Estados Unidos também aumentaram a oferta para a Europa, exportando, em maio, pelo menos 15% a mais de petróleo bruto em relação a março.
As informações são de uma análise da Reuters.
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