Escolhas lança Rating ESG com foco nos aspectos socioambientais

Embora seja apresentada como um tripé, a sigla ESG guarda significativa diferença no modo como os aspectos ambientais (E), sociais (S) e de governança (G) são tratados pelas instituições financeiras: com frequência, os dois primeiros quesitos podem ser negligenciados nas análises de crédito para investimentos. O documento RATING ESG: o socioambiental vem primeiro, lançado pelo Instituto Escolhas nesta quinta-feira, dia 18, propõe um reordenamento dessa lógica, dando às questões ambientais e sociais maior peso do que verificado em outros ratings.

 

“Não é possível que, com a emergência climática batendo à porta, as instituições sigam minimizando os impactos ambientais e sociais de um empreendimento no momento de avaliar o grau de risco e retorno para os seus investidores”, afirma o diretor executivo do Escolhas, Sergio Leitão. A nova publicação, segundo ele, apresenta uma ferramenta precisa para que bancos e fundos de investimentos possam, definitivamente, decidir como direcionar seus investimentos, levando em consideração os aspectos socioambientais.

 

Ao todo, o RATING ESG soma 57 indicadores distintos, convertidos em valores de 0 a 100. Agrupados por afinidade, eles compõem os subgrupos meio ambiente (E), social (S) e governança (G). O peso de cada subgrupo é, respectivamente, de 40%, 35% e 25%.

 

A exemplo da Matriz de Riscos, que também se destinava às instituições financeiras, o RATING ESG usou o setor de geração de energia elétrica como exemplo de aplicação. Vale ressaltar, no entanto, que a metodologia desse novo rating permite adaptações para ampliar o escopo da análise para empreendimentos em outros setores de infraestrutura.

 

Assim, não é exagero afirmar que, seja qual for a área de investimento, o RATING ESG oferece aos bancos e investidores um instrumento prático e objetivo para facilitar o atual cumprimento das exigências do Banco Central em relação aos riscos ambientais, sociais e climáticos no momento de decidir sobre a alocação de capital.

 

O que o RATING ESG revela (ou confirma) sobre o setor elétrico

Para exemplificar a aplicabilidade do RATING ESG, foram feitas simulações em quatro subsetores do setor de geração de energia: hidrelétrica situadas na Amazônia; termelétricas a óleo e a gás; energia eólica e energia fotovoltaica (as duas últimas com recorte na Região Nordeste). Foram utilizados os parâmetros reais dos projetos avaliados para obter alguns indicadores sociais e ambientais. Para outros, foram criados cenários com notas equivalentes a 60 (qualidade regular), 80 (excelência) ou 70 (qualidade média), aplicadas igualmente para evitar distorções. Mas há indicadores em que a nota deve ser, necessariamente, 100 ou zero, como é o caso daqueles que avaliam a interferência em Terras Indígenas ou Quilombolas.

 

Os resultados evidenciam a superioridade das usinas fotovoltaicas, que possuem o maior rating, seguidas de perto pelas usinas eólicas. Com menor rating, muito distantes das mais bem avaliadas, estão as usinas térmicas a óleo ou a gás. “Quando simulamos a aplicação da ferramenta no setor elétrico, temos mais uma confirmação de que a liberação de recursos para usinas termelétricas fósseis, como aquelas previstas pela lei de privatização da Eletrobras, só contribui para ‘sujar’ a matriz energética brasileira por décadas”, explica Leitão.

 

O RATING ESG confirma, deste modo, o que foi trazido por outro estudo do Instituto, segundo o qual, as termelétricas tornam-se inviáveis quando se inclui o meio ambiente na conta. “Agora, com o RATING ESG, os bancos contam com um instrumento decisivo para negar investimentos ambiental e socialmente inviáveis”, conclui o diretor do Escolhas.

 

As informações são do Instituto Escolhas. Acesse o site para saber mais sobre o Rating ESG.

 

Imagem: depositphotos

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