Estiagem crônica pode estar relacionada a fraco crescimento do PIB e inflação elevada

A estiagem crônica que o Brasil vem enfrentando desde 2012 tem relação com a  conjuntura macroeconômica desfavorável do país, em especial o fraco crescimento do nosso Produto Interno Bruto (PIB) e inflação elevada. O diagnóstico é de um estudo, repercutido por Bráulio Borges no Valor Econômico.

 

Segundo ele, “a falta de chuvas subtraiu cerca de 1,6 p.p., ao ano e em média, da taxa de variação do PIB brasileiro entre 2012 e 2021, ajudando a explicar parte relevante de nossa década perdida recente”. A teoria é explicada em detalhes no blog do IBRE, onde o autor cita outros trabalhos que apontam a existência de impactos das chuvas sobre a atividade econômica e destaca que na década anterior (2002-2011), olhar para o volume de precipitações também podem ajudar a explicar o período de crescimento econômico e inflação controlada.

 

“Há boas razões para se acreditar que o impacto no Brasil tende a ser maior do que em boa parte dos demais países, na medida em que pouco mais de 20% de nosso PIB reflete atividades do agronegócio e que, na média da última década, cerca de 70% de nossa capacidade de geração de eletricidade adveio de hidrelétricas (contra uma média mundial em torno de 15%). Embora estejamos diversificando nossa matriz há duas décadas, atualmente ainda temos quase 60% da geração de eletricidade sendo originada de hidrelétricas (com uma operação amparada em Garantias Físicas que pressupõem uma reversão à chamada Média de Longo Termo, MLT, das chuvas que chegam aos reservatórios utilizados por tais usinas)”.

 

Como as projeções climatológicas do Banco Mundial apontam que iremos continuar recebendo menos chuvas nos próximos anos, o autor da análise ressalta que é preciso agir e usar o conhecimento científico disponível para planejar boas políticas públicas para minimizar os impactos do regime de chuvas na nossa economia.

 

foto: Pixabay

 

GOSTOU? COMPARTILHE:

E-mail
Facebook
Twitter
WhatsApp