Estudo aponta potencialidades da gastronomia amazônica para o desenvolvimento econômico da região

As cadeias de valor vinculadas à comida na Amazônia têm alto potencial para crescer e alavancar a economia amazônica, mas esbarram na dificuldade de acesso a bens e recursos específicos, aponta estudo do projeto Amazônia 2030, iniciativa de pesquisadores brasileiros para desenvolver um plano de ações para o desenvolvimento sustentável da Amazônia brasileira em 2030.

 

O cenário de negócios relacionados à comida na região tem se expandido e se modernizado. O chamado “sistema comida” tem grande importância para a economia da região: cerca de 33% dos profissionais ocupados na Amazônia Legal trabalham em atividades do setor. De acordo com o estudo, a Amazônia já movimenta, anualmente, um mercado global avaliado em US $176 bi e já exporta 64 artigos compatíveis com a floresta, entre eles estão artigos de gêneros alimentícios. 

 

Esses são alguns indícios sugeridos pela pesquisa para o potencial da região de se tornar um território da comida – uma estratégia já adotada por outros países, como a Itália e a França, e que pode tornar a cozinha da região uma referência para o mundo. 

 

A pesquisa entrevistou 45 representantes de 38 empreendimentos e instituições que operam nas cadeias da comida na Amazônia para ouvir sobre suas experiências de sucesso na área de sustentabilidade ou empreendedorismo social, e também entender os principais entraves para a expansão do setor.

 

Nas entrevistas realizadas, o desenvolvimento da área é citado com otimismo. Ao mesmo tempo, foi avaliado que os custos para manter e aumentar a produção são elevados. 

 

O estudo mostra que um entrave é o fato de que os empreendedores também são responsáveis em financiar Recursos Compartilhados Setoriais (ReCS). Os ReCS são recursos específicos que só beneficiam um setor da economia, por exemplo, mão de obra qualificada para o cultivo de açaí ou campanhas publicitárias para divulgar um tipo específico de um alimento. 

 

No entanto, segundo os pesquisadores, “prover ReCS é uma tarefa ‘ingrata’ ”. Isso porque os governos, geralmente, optam por investir em bens que beneficiam mais de um setor ao mesmo tempo. A partir disso, a pesquisa aponta para a criação de “Arranjos Pré-Competitivos” como uma possibilidade para preencher essa lacuna deixada pelo Estado. Tais arranjos são acordos firmados pelos negócios locais em que os empreendedores “se unem para prover recursos compartilhados sem deixar de competir entre si.”

 

O estudo completo pode ser acessado aqui.

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