A lacuna entre as promessas dos governos de todo mundo e suas ações práticas para conter a crise climática deve levar à mudanças irreversíveis no meio ambiente, causando uma “crise climática catastrófica”. O alerta é de três ex-líderes climáticos da ONU, Michael Zammit Cutajar, Yvo de Boer e Christiana Figueres, que escreveram em conjunto para o The Guardian pela primeira vez.
Segundo eles, apesar dos acordos durante a COP26, em novembro passado, faltam ações concretas e políticas para segui-las. Além disso, mesmo os acordos, limitariam as temperaturas acima do limiar de segurança, que é de 1,5C. Entre os impactos, citaram o aumento do nível do mar, temperaturas extremas e outras mudanças irreversíveis no clima global.
“No acordo de Paris de 2015, todos os governos concordaram em ‘buscar esforços’ para limitar o aquecimento global a 1,5C. Temos o direito agora de perguntar para onde seus esforços chegaram, para onde estão indo e quão genuínos eles são. A ciência mostra que a ação nesta década para reduzir todos os gases de efeito estufa é fundamental”, escreveram.
“Quanto mais as mudanças climáticas progridem, mais travamos em um futuro com mais colheitas arruinadas e mais insegurança alimentar, juntamente com uma série de outros problemas, incluindo aumentos no nível do mar, ameaças à segurança hídrica, seca e desertificação. Os governos devem agir contra as mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, lidar com outras crises urgentes”, diz outro trecho.
Os três especialistas também destacaram que as ações dos países desenvolvidos até agora têm sido “decepcionantes” e disseram que é essencial que os países mais ricos disponibilizem recursos financeiros para que os mais pobres reduzam suas emissões e lidem com os impactos da crise climática.
Um movimento rápido para a energia limpa foi outra ação apontada pelos ex-ONU como urgente, destacando que, economicamente, essas fontes agora podem competir com os combustíveis fósseis. “Não há razão para não tomar o caminho da energia limpa. Muitos atores corporativos entendem a necessidade de uma ação antecipada nessa frente. Mas os governos ainda precisam incentivar a transição”.
As informações são do The Guardian.
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