Investidores vêem com bons olhos nova regra que obriga empresas a divulgarem risco climático

Investidores, incluindo administradores de fundos ambientais, saudaram a nova regra proposta pelo governo dos Estados Unidos sobre a exigência de que as empresas divulguem o risco climático em escopos. Para eles, a nova regra padronizaria os relatórios que hoje são voluntários e, caso seja aprovada, facilitaria a avaliação de gestores sobre como as empresas estão lidando com a mudança climática.

 

Em 2021, os fundos americanos com atuação em meio ambiente, social e governança (ESG) arrecadaram um recorde de US$ 71 bilhões, contra US$ 51 bilhões em 2020, segundo dados da Morningstar, segundo a qual, os acionistas têm buscado cada vez mais dados para fazer esses investimentos. Até hoje, a falta de divulgações detalhadas e consistentes tem dificultado a análise dos investidores focados nessa área.

 

Para Sarah Bratton Hughes, chefe de ESG e investimento sustentável da American Century Investments, ter mais informações vindo de lugares diferentes pode agilizar a forma como todos os investidores lidam com os dados, não só os de ESG. O diretor de estratégia da Douglass Winthrop Advisors, Dan Abbasi, também acredita que as regras propostas também vão ajudar os gestores de fundos na seleção de empresas. “Isso nos dará material adicional para trabalhar em termos de como a gestão não só vê os riscos das mudanças climáticas, mas como eles estão aproveitando a oportunidade”, afirmou.

 

“A minuta de regra exige que as empresas divulguem suas emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa, conhecidas como emissões do Escopo 1 e 2, e as emissões de fornecedores e parceiros, conhecidas como emissões do Escopo 3, se forem materiais”, explicou a Reuters.

 

A Comissão de Valores Mobiliários (SEC) dos Estados Unidos, órgão que está propondo as mudanças, deve simplificar o relatório à medida que o interesse dos investidores for aumentando, informou o presidente Gary Gensler. A intenção é que, com o tempo, as empresas que já prestam conta desses dados aperfeiçoem seus materiais e as que ainda não fazem passem a fazer. Um dos possíveis problemas é o Escopo 3, que mede emissões indiretas e ainda é considerado por muitos como difícil de medir.

 

Enquanto a maioria dos investidores dizem aprovar a ideia, a Câmara de Comércio, o maior lobby empresarial dos EUA, chamou a proposta de “muito prescritiva.”

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