No Brasil, o transporte e armazenamento de produtos e subprodutos florestais nativos deve ser registrado no sistema Documento de Origem Florestal. No entanto, o coeficiente de rendimento volumétrico (CRV), ferramenta oficial de apoio para a redução da venda de produtos florestais obtidos ilegalmente, ainda apresenta resultados modestos no cumprimento de seus objetivos.
Um estudo, feito por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), concluiu que lacunas no sistema podem estar permitindo que madeira ilegal adquira caráter legal. O trabalho avaliou uma serraria em escala empresarial, a fim de confirmar se o CRV corresponde aos 35% estabelecidos pela legislação brasileira. O resultado mostra que o índice foi inferior ao previsto na Resolução CONAMA 474/2016, que regula a atividade.
“Com base nesses resultados, a diferença entre o rendimento observado e o proposto pela legislação pode gerar um acúmulo de créditos em toras virtuais. Com esse acúmulo, os gestores enfrentam dificuldades para adquirir novas licenças de exploração e, consequentemente, não atendem à real demanda por toras da capacidade instalada de sua serraria”, diz o resumo do trabalho.
Os pesquisadores sugerem que um estudo técnico específico para cada indústria poderia evitar fraudes, bem como aprimoramento de técnicas e maiores investimentos em pesquisa e tecnologia.
Acesse o estudo completo na Scielo.
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