Em um acordo histórico, líderes, ministros e representantes de 173 países concordaram trabalhar em um acordo legalmente vinculativo sobre resíduos plásticos. A resolução, acordada na Assembleia Ambiental da ONU em Nairóbi, no Quênia, está sendo aclamada como o maior acordo ambiental multilateral desde o Tratado de Paris, em 2015.
A estimativa é a de que 7 dos mais de 9 bilhões de toneladas de plásticos produzidos entre 1950 e 2017 sejam agora resíduos. Cerca de 75% desse lixo é depositado em aterros sanitários ou acaba ficando acumulado em ambientes e ecossistemas terrestres e aquáticos.
A ideia é que o novo tratado, que deve ser negociado em detalhes nos próximos 2 anos, contemple todo o ciclo de vida dos plásticos, da produção à eliminação. A resolução instituiu uma comissão de negociação intergovernamental, encarregada de elaborar e ratificar o tratado até 2024. O tratado deve ser acompanhado de apoio financeiro e técnico, incluindo um órgão científico para assessorá-lo, e a possibilidade de um fundo global dedicado às demandas relacionadas ao assunto.
Pela primeira vez, a resolução deve considerar o trabalho de catadores e trabalhadores de baixa remuneração em nações em desenvolvimento que buscam plástico reciclável e outros bens. Também foram feitas recomendações para combater a produção de plástico, que se continuar no ritmo atual pode quase quadruplicar até 2050 e ocupar de 10 a 13% do orçamento global de carbono.
“A poluição plástica se tornou uma epidemia. Com essa resolução estamos oficialmente no caminho certo para uma cura”, afirmou o presidente da UNEA-5 e ministro do Meio Ambiente da Noruega, Espen Barth Eide.
“Paralelamente às negociações sobre um acordo vinculativo internacional, o PNUMA trabalhará com qualquer governo e empresa dispostos em toda a cadeia de valor para se afastar dos plásticos de uso único, bem como mobilizar o financiamento privado e remover barreiras aos investimentos em pesquisa e em uma nova economia circular”, explicou Inger Andersen, diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
“Estamos em uma encruzilhada na história quando decisões ambiciosas tomadas hoje podem impedir que a poluição plástica contribua para o colapso do ecossistema do nosso planeta. Mas nosso trabalho está longe de acabar – os líderes mundiais devem agora mostrar ainda mais determinação no desenvolvimento e implementação de um tratado que aborde nossa atual crise de poluição plástica e permita uma transição efetiva para uma economia circular para o plástico”, complementou o diretor-geral da WWF International, Marco Lambertini, diretor-geral da WWF International.
As informações são do The Guardian.