Um novo estudo, divulgado pelo NewClimate Institute, mostra que algumas das maiores empresas do mundo — nomes como Amazon, Ikea, Nestlé e Unilever — não vão conseguir cumprir suas metas de zerar emissões. O mais provável, segundo sugere o relatório, é que as reduções girem em torno de 40%, ao invés dos 100% prometidos.
Segundo Thomas Day, pesquisador do NewClimate Institute, os esforços das 25 empresas estudadas somados, na prática, ainda causam pouco impacto. “Ficamos muito decepcionados e surpresos com o quanto de espaço para melhorias havia [entre as empresas estudadas]. As empresas precisam ser muito mais transparentes sobre esses objetivos”, afirmou.
De acordo com o relatório, as empresas pesquisadas só devem conseguir reduzir suas emissões em cerca de 20% até 2030, número muito aquém do que os cientistas dizem ser necessário para limitar o aquecimento global a 1,5 C. Por isso, Thomas Day também ressaltou a importância de melhorar os planos para o curto prazo, período essencial para o sucesso da contenção da crise climática.
O Corporate Climate Responsibility Monitor, do NewClimate Institute e da Carbon Market Watch, pontuou as empresas em critérios incluindo suas metas, quanto deslocamento eles planejavam usar e a confiabilidade dessas compensações, bem como o progresso na redução de suas próprias emissões, e quão transparentes elas eram em seus relatórios corporativos e de definição de metas. Nenhuma das 25 empresas avaliadas alcançou um alto padrão de acordo com esses benchmarks.
O uso excessivo da prática de compensação de carbono foi uma das principais razões. Apesar de ser cada vez mais popular entre as empresas, críticos dizem que muitos projetos de compensação têm sido considerados de valor duvidoso, e alguns até mesmo fraudulentos. “É melhor praticar para não compensar – é mais transparente e construtivo”, afirmou Thomas Day ao The Guardian. “Se eles insistem em compensar, pelo menos deve ser com créditos de carbono que têm mais integridade”, completou.
As informações são do The Guardian.
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