De 2011 a 2020, a frequência e a quantidade de queimadas da Caatinga, Mata Atlântica e Amazônia, que não têm condições climáticas que favoreçam o fogo, foi semelhante à ocorrência no Cerrado, Pampa e Pantanal, cujo fogo é um elemento natural. Esse padrão, levantado por pesquisa publicada na revista científica “PeerJ Life & Environment”, indica que grande parte dos incêndios, em todos os biomas, são provocados pelo homem e não pelas condições naturais do clima.
Liderado por pesquisadores das universidades federais da Bahia (UFBA) e do Rio de Janeiro (UFRJ), o estudo investigou a ocorrência de padrões de queimadas nos seis biomas brasileiros, de 2011 a 2020, a partir de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e fez projeções sobre a ocorrência de incêndios nos biomas e sua vulnerabilidade e risco, em 2050 e 2090, a partir das projeções dos efeitos de mudanças do clima do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
“Enquanto os padrões de persistência e ocorrência de incêndios ao longo do tempo provavelmente estão relacionados a incêndios induzidos pelo homem, os principais fatores de áreas queimadas provavelmente serão intensificados nos biomas brasileiros no futuro, potencialmente aumentando a magnitude dos incêndios e prejudicando a integridade dos biomas”, destaca o resumo do trabalho.
Embora as mudanças climáticas não sejam as maiores causadoras do fogo, a pesquisa sugere que elas podem potencializar a ocorrência e a propagação dos incêndios e que os governos deveriam priorizar ações para preservar os biomas, aumentando a resiliência dos mesmos.
Confira o estudo, no PeerJ Life & Environment, em inglês, aqui.
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