Mesmo com pandemia, níveis de gases de efeito estufa batem novo recorde

A concentração de CO2 é 50% maior do que no período da Revolução Industrial. Os níveis de metano mais do que dobraram desde 1750.

Apesar das restrições impostas pela pandemia e da diminuição das emissões noticiada no início das medidas restritivas, os níveis de gases de efeito estufa (GEE) bateram novo recorde em 2020.

 

Levantamento divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) da ONU, afirma que todos os principais GEE aumentaram mais rápido em 2020 do que a média da década anterior e essa tendência continua em 2021. A concentração de dióxido de carbono é 50% maior do que no período da Revolução Industrial. Os níveis de metano mais do que dobraram desde 1750.

 

As informações são um alerta para os países que vão participar da COP26 em novembro, em Glasgow. “Estamos muito fora do caminho”, afirmou o chefe da OMM, Petteri Taalas. “Na atual taxa de aumento nas concentrações de GEE, veremos um aumento de temperatura até o final deste século, muito além das metas do Acordo de Paris.” 

 

A intenção é que os novos dados embasem ações concretas para zerarmos as emissões até 2050 o que, segundo especialistas, é decisivo para estabilizar os níveis dos gases e frear o efeito estufa, mitigando também seus efeitos, cada vez mais visíveis. “Espera-se que a COP26 tenha um aumento dramático nos compromissos”, destacou Taalas. “Precisamos transformar nosso compromisso em ações que tenham impacto sobre os GEEs. Precisamos revisitar nossos sistemas industriais, de energia e transporte e todo o modo de vida – as mudanças necessárias são economicamente acessíveis e tecnicamente possíveis. Não há tempo a perder.”

 

Atualmente, a queima de carvão, óleo e gás é a maior fonte de emissão de CO2, responsável por 66% do aquecimento global. Apesar de essas emissões terem caído cerca de 5% em 2020 (na comparação com 2019) devido à desaceleração econômica no início da pandemia, o impacto nos níveis atmosféricos de GEE não foi perceptível. Cerca de metade do CO2 permanece na atmosfera e o restante é absorvido pelos oceanos e árvores e plantas terrestres. No entanto, conforme também alertou a OMM, o aquecimento global está prejudicando a capacidade do mundo natural de absorver as emissões. A Amazônia, por exemplo, com cada vez menos árvores, deixou de absorver para emitir.

 

“O verdadeiro sucesso, ou fracasso, da COP26 estará escrito em nossos céus na forma de concentrações de gases de efeito estufa. Este relatório da OMM fornece uma avaliação brutalmente franca do que foi escrito lá até o momento. Até agora, é uma falha épica”, afirmou o professor Dave Reay, da Universidade de Edimburgo.

 

As informações são do The Guardian.

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