Somando subsídios diretos e indiretos, o total dado como incentivo a combustíveis fósseis no Brasil em 2020 foi de R$ 123,9 bilhões, 25% a mais do que em 2019. O montante supera os gastos do governo federal com a educação, que, no mesmo período, recebeu R$ 113,2 bilhões.
Os dados são do Instituto de Estudos Econômicos (Inesc), ONG que monitora o orçamento público sob a perspectiva dos direitos humanos. “O Brasil trata pouco desse assunto. O tema das mudanças climáticas está muito restrito à discussão sobre florestas, mas, dentro desse desafio, que é gigantesco, também é preciso olhar para essas outras fontes de emissão”, afirma a responsável técnica pelo estudo, Alessandra Cardoso.
Para Alessandra, o valor elevado dos subsídios acaba incentivando a indústria do petróleo em um momento em que o mundo discute justamente a urgência de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. O mais grave é que, segundo ela, muitos desses recursos não aparecem em dados divulgados pela Receita Federal ou pelo Ministério da Economia. “Cerca de 89% do total, R$ 110 bilhões, estão na categoria ‘outras renúncias’, que não aparecem em lugar nenhum — no Orçamento, nos dados da Receita. Ficam no limbo do debate público”.
As informações são da BBC Brasil.
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