Oito das dez cidades que mais emitiram gases do efeito estufa no Brasil estão na Amazônia

O desmatamento é a principal fonte de emissão de gases do efeito estufa nos municípios da Amazônia, que são os maiores emissores do país. Oito entre os 10 mais poluidores estão lá. Juntas, segundo levantamento divulgado pelo Observatório do Clima, essas dez cidades emitiram 198 milhões de toneladas brutas de dióxido de carbono equivalente em 2019, mais do que o total de emissões de países como Peru e Holanda.

 

Altamira (PA) e São Félix do Xingu (PA) lideram a lista, seguidos por Porto Velho (AM), Lábrea (AM), São Paulo (SP), Pacajá (PA), Novo Progresso (PA), Rio de Janeiro (RJ), Colniza (MT) e Apuí (AM). O ranking de emissões por habitante também destaca a região da floresta amazônica: “dos 10 municípios com mais emissões per capita, seis estão no Mato Grosso, três no Pará e 1 no Amazonas.”

 

O uso de terra e das florestas, com destaque para a agropecuária, foi apontado pelo levantamento como o principal emissor em todos os municípios da Amazônia. Já em São Paulo, o vilão é o setor de energia, incluindo as emissões do transporte. No Rio, o setor de resíduos é responsabilizado.

 

“A agropecuária é o principal emissor para 3.731 municípios brasileiros (67%). A mudança de uso da terra e florestas é o maior emissor para 1.004 municípios (18%); o setor de Energia, para 755 municípios (13,6%), o de Resíduos, para 62 municípios (1,1%) e os Processos Industriais, para 19 cidades (0,3%)”, detalha o SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases) Municípios, que está em sua segunda edição.

 

“No setor da Agropecuária, se destaca a fonte ‘gado de corte’. As maiores emissões do setor, no entanto, não estão relacionadas ao ganho de renda para o município. Quando cruzados os dados de emissão com o valor do PIB Agropecuário, o SEEG constatou que não há relação entre os dois fatores. Isto é, os maiores emissores do setor agropecuário não são os que apresentaram os maiores PIBs”, detalha reportagem do O Eco sobre o estudo.  “Sem os municípios e políticas locais de redução de emissões não há esperança para a meta de limitar o aquecimento global em 1,5 C até o final do século”, afirma Tasso Azevedo, coordenador geral do SEEG”.

 

As informações são do O Eco.

 

Foto: José Medeiros/Gcom-MT

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