Tradicionalmente, a pecuária é uma das grandes emissoras de gases do efeito estufa e também uma impulsionadora do desmatamento. Frente às mudanças climáticas e cobranças de toda a comunidade internacional por atividades mais sustentáveis, tem agora a missão de mudar isso. No Brasil, um estudo do Observatório de Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV), acaba de mostrar que há várias oportunidades para acelerar esse processo.
A aceleração da recuperação de pastagens degradadas e a adoção de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta são apontadas pelos pesquisadores como saídas interessantes, não só para conter as emissões, mas também para melhorar a renda dos produtores rurais.
Os cálculos apresentados pelo trabalho “Potencial de Mitigação de Gases de Efeito Estufa das Ações de Descarbonização da Pecuária até 2030” mostram que é possível produzir a mesma quantidade de carne (ou até mais) utilizando uma área menor e diminuindo as emissões de carbono.
Se o Brasil mantiver a mesma média de evolução dos últimos anos, os pesquisadores estimam que, em 2030, nossas áreas de pastagem poderiam ser 3,7% menores que em 2018, o que significa que mais de 6 milhões de hectares poderiam ser liberados para outros tipos de uso da terra. Com o apoio de técnicas de manejo e da tecnologia, paralelamente, também poderíamos recuperar mais de 27 milhões de hectares de pastos degradados.
O sistema de integração lavoura-floresta é uma das grandes promessas, segundo os pesquisadores. “A produção animal proveniente do sistema ILPF seria carbono neutro – ou seja, os componentes de solo e floresta são capazes de mitigar as emissões de metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) do rebanho bovino e, adicionalmente, permitem compensar uma parcela de metano emitido pelo rebanho presente em sistemas convencionais de pastagem”, afirma o estudo.
As informações são do Valor Econômico.
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