O mundo vai precisar de ações urgentes para se preparar para uma migração em massa para as cidades devido à crise climática. O alerta foi dado por dois dos principais prefeitos do Reino Unido — Sadiq Khan (Londres) e Marvin Rees (Bristol) — durante o lançamento de um relatório sobre o assunto, durante a Semana de Migração da ONU, em Nova York, nesta quarta-feira (15/2).
O Banco Mundial (Bird) estima que, a menos que medidas significativas sejam tomadas, 16 milhões de pessoas podem estar em movimento até 2050, o que deixa claro que a migração em massa já está em andamento. Só em 2020, cerca de 30 milhões de pessoas se deslocaram devido à crise climática, 70% delas para áreas urbanas. A previsão do Bird é a de que mais de 1 bilhão de pessoas continuem em risco de serem expulsas de suas casas por razões relacionadas ao clima.
O relatório cita vários países da América Latina como estudos de caso e faz recomendações para amenizar as projeções alarmantes sobre o impacto da migração ligada à emergência climática em todo o mundo. O documento foi produzido por pesquisadores das universidades de Columbia e Nova York, encomendado pelo Conselho de Migração dos Prefeitos, que trabalha com a ONU.
Os dois prefeitos britânicos são considerados atores-chave nos esforços para combater a migração relacionada à emergência climática, não só nas suas cidades, mas em todo o mundo. Khan é presidente de uma rede global de quase 100 cidades líderes mundiais dedicadas a combater a crise climática, a C40. Rees é um dos nove prefeitos em todo o mundo na Força-Tarefa Global de Prefeitos sobre Migração.
“Ao enfrentar a crise climática, podemos evitar os piores impactos das mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que criamos novos crescimentos e oportunidades de emprego em nossas cidades. Os prefeitos estão tomando medidas urgentes para resolver essas questões, mas não podemos fazer isso sozinhos. As cidades precisam de mais recursos e poderes dos governos nacionais para enfrentar urgentemente a emergência climática em nível local”, afirmou o prefeito de Londres ao The Guardian.
“As cidades têm a chave para combater as mudanças climáticas, com mais da metade da população mundial vivendo em áreas urbanas densamente povoadas. Essa porcentagem crescerá à medida que as cidades também abrigarem a maioria das pessoas forçadas a migrar por causa das mudanças climáticas em seus países de origem”, completou o prefeito de Bristol, que também ressaltou a importância de outros prefeitos em todo o mundo pressionarem pelo investimento necessário em serviços e infraestrutura para que as cidades possam estar preparadas para a migração relacionada à emergência climática nos próximos anos.
Foto: Deposit Photos
