Uma pesquisa da Universidade de Melbourne sugere que os planos da Índia, terceiro maior emissor do mundo, estão fazendo diferença considerável nas projeções para limitar o aumento da temperatura global.
Segundo o estudo, se os compromissos que esse e outros países estão assumindo na COP26, que está acontecendo em Glasgow, forem cumpridos, vamos conseguir limitar o aumento da temperatura global a cerca de 1,9 °C, um marco para o mundo, que fará isso pela primeira vez, de acordo com pesquisas. Os dados mostram que ficaríamos abaixo dos 2 °C, mas ainda acima de 1,5 °C, limite estabelecido no acordo climático de Paris de 2015.
“Qualquer progresso é bem-vindo, mas precisamos de extrema cautela em declarar sucesso com base em metas vagas de emissão zero para três ou mais décadas depois. A Austrália, por exemplo, tem uma meta de zero emissões até 2050, mas seus planos para 2030 estão em linha com 4 graus de aquecimento. Há uma razão para o foco na redução pela metade das emissões nesta década decisiva. Ela reflete a urgência, clareza e especificidade que precisamos para manter a meta de 1,5 °C viva. Não podemos permitir que os líderes políticos mudem as metas”, alertou ao The Guardian, Ed Miliband, secretário de negócios do Partido Trabalhista, que participou da COP de Copenhague, em 2009.
Alok Sharma, presidente da COP26, afirmou ao jornal que novos compromissos representaram progressos importantes, mas que mais tem que ser feito nesta COP para manter a meta de 1,5 °C alcançável. Com as promessas recentes da Índia e de outros países, 90% do PIB global estará relacionado a propostas de zero emissões, contra apenas cerca de 30% em um ano atrás. Mesmo assim, Alok Shama lembrou que ainda falta muito para a meta de curto prazo de reduzir pela metade as emissões globais até 2030 e que esse deve ser o foco dessa COP.
Para que o mundo tenha uma boa chance de permanecer dentro do limiar de 1,5 °C, as emissões globais devem diminuir cerca de 45% até 2030, em comparação com os níveis de 2010. “Os países que se reunirem em Glasgow não atingirão essa meta, segundo os principais números das negociações, mas a corrida é para diminuir a diferença entre as promessas feitas e a redução de 45% necessária”, constatou a reportagem do jornal britânico.
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