O Reino Unido já está explorando opções para o desenvolvimento de uma usina de energia solar no espaço até 2035. A Iniciativa de Energia Espacial do Reino Unido foi lançada já com a adesão de mais de 50 organizações de tecnologia britânicas, incluindo a fabricante aeroespacial Airbus, a Universidade de Cambridge e a fabricante de satélites SSTL. O projeto tem como um de seus objetivos ajudar o Estado a zerar suas emissões de gases do efeito estufa até 2050.
O presidente da iniciativa, Martin Soltau garantiu, durante sua participação na conferência Toward a Space Enabled Net-Zero Earth, que toda a tecnologia necessária para desenvolver a transmissão de eletricidade do espaço usando o sol já existe. “O estudo concluiu que isso é tecnicamente viável e não requer nenhum avanço nas leis da física, novos materiais ou tecnologia de componentes”, afirmou.
Durante o mesmo evento, o pesquisador de Engenharia Aeroespacial da Universidade de Strathclyde, Andrew Ross Wilson, concordou que o projeto é realista e lembrou que o conceito já existe desde a década de 1960. Entre os desafios, segundo ele, está a questão do que aconteceria com essa estrutura gigante depois que ela parasse de funcionar. “Precisamos tentar analisar a reciclagem em órbita para realmente ir em direção a uma economia mais circular”.
Segundo o plano de desenvolvimento da iniciativa, a expectativa é a de que em 12 anos uma usina de demonstração, montada por robôs em órbita, já comece a funcionar e a mandar gigawatts de energia do espaço para a Terra.
O modelo modular chamado CASSIOPEIA (Constant Aperture, Solid-State, Integrated, Orbital Phased Array ou Abertura Constante, Estado Sólido, Integrado, Matriz Orbital Faseada, em português) é desenvolvido pela empresa de engenharia britânica International Electric Company e possibilita que a usina seja expandida após a fase de demonstração. “Mas mesmo o demonstrador seria gigante, com vários quilômetros de diâmetro, e orbitaria 36 mil quilômetros acima da Terra”, detalhou o Um Só Planeta.
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