Os estados da Amazônia Legal Brasileira precisam urgentemente intensificar seu foco na produtividade para que possam promover desenvolvimento econômico e reduzir a pressão sobre suas florestas naturais, afirma um novo relatório do Banco Mundial. A publicação Equilíbrio Delicado Para a Amazônia Legal Brasileira: Um Memorando Econômico destaca que é possível combinar a elevação dos padrões de vida e a preservação das florestas em pé num modelo de desenvolvimento que promova, ao mesmo tempo, a produtividade urbana e rural, a proteção florestal e meios sustentáveis de subsistência para a população rural. O financiamento para a conservação pode desempenhar um papel crucial no financiamento desse modelo.
Segundo o relatório, cerca de 28 milhões de brasileiros vivem em estados amazônicos, dos quais mais de um terço são pobres. A maioria da população pobre da região reside em áreas urbanas, embora a pobreza rural também seja extremamente grave. Essas pessoas sofrem privações sociais consideráveis em áreas como capital humano e acesso a serviços. Os estados da Amazônia Legal abrigam cerca de 380 mil indígenas (a maior parcela entre todas as regiões brasileiras), cujas condições de vida são piores que as do resto da população.
Além disso, o desmatamento ameaça a excepcional riqueza natural dos estados amazônicos, que abrigam cerca de 60% da Floresta Amazônica e partes de outros importantes biomas, como o Cerrado e o Pantanal. Estima-se que o valor anual da Floresta Amazônica equivalha a, pelo menos, US$ 317 bilhões: a Amazônia regula o clima global; abriga 25% da biodiversidade terrestre conhecida; é a fonte de “rios voadores” essenciais para a agricultura e energia hidrelétrica da América do Sul; e fornece meios de subsistência para muitas populações rurais. O risco de atingirmos um ponto de inflexão eleva drasticamente os custos do desmatamento, adverte o relatório. Proteger as florestas da Amazônia é uma necessidade urgente.
“Uma ênfase maior na produtividade, principalmente em outros setores (que não estejam ligados à produção de commodities), impulsionaria o desenvolvimento em todo o país e ajudaria a fortalecer as economias da Amazônia, ao mesmo tempo que diminuiria a pressão sobre as florestas naturais”, afirma Johannes Zutt, diretor do Banco Mundial para o Brasil.
As informações são do comunicado de imprensa do Banco Mundial.
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