Republicanos admitem papel de combustíveis fósseis na mudança climática

A concentração de CO2 é 50% maior do que no período da Revolução Industrial. Os níveis de metano mais do que dobraram desde 1750.

Seca, incêndios e ondas de calor que matam pessoas nos Estados Unidos – e mexem com os ânimos dos eleitores – estão levando líderes do partido Republicano a admitir o papel do homem e dos combustíveis fósseis na mudança climática.

 

Mas aceitar a realidade do clima não está levando os republicanos a defender a solução apontada por cientistas para conter a mudança climática: o fim da queima de combustíveis fósseis.

 

Nessa nova roupagem “verde”, os republicanos admitem que algo precisa ser feito sobre o tema – desde que não acabe com a indústria do petróleo e gás.

 

“Precisamos de estar numa missão anti-carbono, não numa missão anti-combustível”, diz o senador republicano Kevin Cramer, de Norte Dakota, cujo estado é também um dos principais produtores de petróleo e gás.

 

Isso se traduz na defesa de medidas para proteger as pessoas dos impactos da mudança climática, plantio de árvores, incentivos a investimentos em pesquisa em tecnologias para retirar carbono da atmosfera, energia nuclear e  créditos tributários para empresas que capturam carbono depois de ele ter sido lançado na atmosfera.

 

Por trás dessa ideia está a defesa dos empregos do setor de petróleo e gás. Pesquisas com eleitores republicanos mostram que eles se preocupam mais com isso do que com os efeitos da mudança climática.

 

“Não vou fazer nada para aumentar o custo de vida das famílias americanas”, disse o senador Rick Scott, da Florida, onde os desastres climáticos têm custado ao estado mais de 100 mil milhões de dólares na última década, segundo estimativas do governo federal. Scott defende o combate à mudança climática, mas “não se pode fazê-lo onde se está a matar empregos”.

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