Representantes de vários países iniciaram, esta semana, negociações para desenhar um tratado para salvar oceanos da superexploração. Reunidos na sede da ONU em Nova Iorque, na 5ª Conferência Intergovernamental sobre a Biodiversidade Marinha em Zonas Fora da Jurisdição Nacional, os líderes discutem o Tratado de Alto Mar da ONU. O documento, que vem sendo ajustado há pelo menos 10 anos, tem como meta aumentar em 25 vezes a área de conservação dos mares, transformando 30% deles em áreas de conservação – hoje, só 1,2% está protegido.
Com o tratado, a ONU quer assegurar o cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14: Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável. A expectativa é que o documento desestimule atividades como a sobrepesca e regule o transporte marítimo, atividades que ameaçam a vida marinha e contribuem para o avanço das mudanças climáticas. Pesquisas estimam que, pelo menos, 10% das espécies marinhas estejam em risco de extinção.
Em entrevista à ONU News, o enviado especial dos Oceanos, Peter Thomson, afirmou que acredita que um consenso será alcançado, pois “nenhum grupo de representantes ou países-membros quer ser exceção depois de consensos anteriores”. Para o líder, este ano será decisivo para a proteção da vida nos oceanos.
“Atualmente dois terços dos oceanos do mundo são considerados águas internacionais onde os países têm o direito de pescar, transportar e pesquisar”, informou a ONU News.
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